Palavras e Atitudes



Palavras e Atitudes


Os bons dicionários definem comunicação como um ato que envolve duas ou mais pessoas, transmitindo ou divulgando mensagens. É o processo de permutar conceitos, gestos, ideais ou conhecimentos, falando, escrevendo ou através do simbolismo dos sinais e expressões.

Enquanto a conversação entre dois indivíduos tem um caráter mais restrito de comunicação, as atitudes que acompanham os diálogos têm um poder de comunicação mais amplo, eloqüente e determinante.

O mecanismo que envolve a comunicação divide-se em três propriedades básicas dos seres humanos.
Ele se torna possível, porque usamos de nossa "percepção" ou "sensibilidade" para captar as informações, depois „avaliamos" para podermos interpretar e compreender a mensagem em pauta, para finalmente, "expressarmo-nos" com palavras ou com atitudes, baseadas em nossas reações emocionais, pela maneira como integramos aquela mesma mensagem.

As circunstâncias existenciais de nossa vida de relação são o resultado direto de nossas atitudes interiores.  Precisamos prestar atenção nos conteúdos de informação que recebemos, não somente pelas mensagens diretas, mas também, por aquelas que absorvemos entre conteúdos simbólicos, inconscientes e subentendidos, na chamada comunicação além da comunicação convencional.

Jesus Cristo considerou a importância da palavra aliada ao crer, quando disse:
"não afeteis orar muito em vossas preces, como fazem os gentios, que pensam ser pela multidão de palavras que serão atendidos".

O Mestre disse que não seria pela "multidão de palavras" que nossas súplicas seriam atendidas, mas que os sentimentos silenciosos seriam fatores essenciais, ou seja, a sinceridade provida de vontade firme, intensidade e determinação, unidas pela "convicção" seriam conseqüentemente a forma ideal para os nossos pedidos e apelos à Divindade.

Os estudiosos do comportamento dizem que todos nós, desde a infância, recebemos através da comunicação, um maior ou menor desenvolvimento psico-emocional.

Afirmam que as informações recebidas através dos órgãos da linguagem, essencialmente dentro de casa, pelos pais e irmãos, ou fora da família, por tios, primos, avós ou amigos agem sobre nós, proporcionando recursos valiosos e determinantes sobre nosso modo de pensar, e atraem pessoas e coisas ao nosso redor.  Porém, certas informações são captadas pelas crianças e adolescentes, explicam esses mesmos estudiosos, pela comunicação dada sem palavras, transmitidas entre as expressões corporais, as mímicas, os trejeitos do rosto, as tonalidades, os suspiros, as lágrimas, os gestos de contrariedade ou a postura das mãos.  O comportamento, as expressões carinhosas e os monólogos da mãe com o feto, na vida intra-uterina são comunicações super influenciadoras na estrutura emocional e espiritual das crianças em formação.

Todos nós recebemos e transmitimos mensagens articuladas constantemente, retemos essas mesmas informações ou não, realizamos somas ou subtrações mentais com palavras e atitudes vivenciadas atualmente e com outras recebidas anteriormente, para chegarmos a novos conceitos e conclusões da realidade.

Reconstituímos ocorrências passadas, antevemos fatos futuros, iniciamos e alteramos processos fisiológicos na intimidade de nosso organismo com nossas afirmações verbais negativas e positivas.  Assim, compreendemos que a palavra tem uma importância inegável: ela cria vínculos de natureza mental, emocional e psicológica, altera o intercâmbio psíquico/espiritual e atua na formação de nossa personalidade, através da interação palavras/ atitudes.

Em síntese, o poder da palavra em nossa vida é fundamental e se observarmos a reação de nossas afirmações e atos, descobriremos que eles não retornarão jamais vazios, mas sim, repletos do material emitido.

Segundo o apóstolo Mateus, "por nossas palavras seremos justificados, e por nossas palavras seremos condenados", pois diálogos são pensamentos que se sonorizam e que criam campos de energia que se condensam dentro e fora de nós.

Reformulemos o tipo de comunicação ou de atitudes que recebemos na infância.  Se porventura, foram de severidade e rispidez, e nos menosprezaram com mensagens negativas constantes, repetitivas e depreciativas, poderão ser elas os motivos de nossos sentimentos de inferioridade, rejeição e agressividade compulsórias.

Não diga "que dia horrível" porque simplesmente está chovendo. 
A dramaticidade é um dos fatores traumáticos de nossa existência, pois muitas dessas expressões
despretenciosas, repetidas muitas vezes, podem nos conduzir a verdadeiros turbilhões vivenciais.
Nossas palavras são filamentos sonoros revestidos por nossos sentimentos, e nossas atitudes são expressões
determinadas e assinaladas de nosso comportamento mental.

Hammed



Há um trajeto enorme entre a sede do pensamento e os lábios, intimamente somos
 livres para construir através das palavras e dos nossos atos, mas depois
 que exteriorizamos essas ações, somos dependentes delas.
Emmanuel



Referências bibliográficas:
Hammed – Renovando Atitudes